terça-feira, 29 de março de 2011

No que dá?

Acordou angustiada, e suada, depois de um sonho recorrente.

Estava lá, mas não estava. Perdeu todo o tempo que lhe foi oferecido se tornando tudo o que não queria – teria perdido o tempo ou a oportunidade?

De repente uma escada rolante – eu escrevi rolando, mas e daí, ela rolava mesmo. Rolava pra cima. Do lado esquerdo uma enorme biblioteca-café (sabem?) com paredes de vidro. Lá dentro alguém, alguém que era tudo que ela não queria se tornar.

Não era à toa que a escada subia e deixava pra trás aquilo de que ela queria se afastar.

Nada se pode garantir sobre aonde a escada dá. É o “não saber” que faz o suor escorrer, é o abismo, é o buraco cheio de nada.

My Best Friend's Girl

Ele, um cafajeste que se apaixona, mas por pensar só saber ser cafajeste, assim como seu pai, decepciona a moça.
Arrependido, vai atrás do objeto de seu desejo.
A moça corria no parque. Era apaixonada pela corrida.

Ele, que fumava e não praticava esportes, mostrou um condicionamento físico invejável pra alcançar sua amada. Implorou seu perdão, mas ela disse que ele não gostava de ler nem de cinema, e, além disso, não se afeiçoava a nenhum esporte. Por essas razões ela conluía que ele não era capaz de se apaixonar por nada.

As palavras da moça ressoavam e ele descobriu, de repente, que não precisava repetir a história do pai, e que sua mãe era uma mulher romântica e fiel.

Viveram felizes para sempre.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Nota rápida e rasteira

Maria,

O que faremos do tempo não sei dizer, quanto menos da vida. Mas certamente, pra não deixar de ser alguém que gerundia, mesmo que contra a vontade, eu diria que tudo será no seu tempo. Vá caminhando, cantando, bebendo, caindo e levantando, se for possível.

Ando um tanto quanto entorpecida e emburrecida nos últimos tempos, por isso a falta de notícias, mas saiba que estamos num mesmo barco.

Um beijo,

Judith.